terça-feira, 12 de outubro de 2010

Ser Espírita, Ser Cristão


Mártires e leões no coliseu de Roma.


Na atualidade convivemos com uma turbulência social e natural muito grande. Na televisão, no rádio e na internet é comum vermos os debates acerca de temas palpitantes, mas que geram mais temor nas pessoas que qualquer outro sentimento. Em uma sociedade que se habituou a ser passiva, a esperar sempre que a solução venha dos outros, e isso ocorre mesmo nas religiões, fica difícil alguma perspectiva de mudança no curto prazo, pois os abalos da vida vêm, mas as pessoas voltam ao comodismo e ao marasmo de antes na enganosa utopia de que os problemas acontecem apenas com os outros.

Nesse contexto a mensagem de Jesus continua cada vez mais atual e necessária as nossas vidas e seu chamado se faz cada vez mais forte à nossa consciência quando nos diz: “vois sois o sal da terra e a luz do mundo” (Mateus 5:13-14). O Cristão nunca deve esquecer que o conhecimento do evangelho não é um artigo egoísta apenas para a própria salvação, mas uma concessão que Deus nos deu para que pudéssemos reparar nossos erros ajudando nossos irmãos. O Espírita, aliás, tem mais obrigações, pois conhece a Lei de Amor e Caridade trazida por Jesus e relembrada e esclarecida pelos Espíritos Superiores e que deve ser nossa bússola, nossa regra de vida para conosco e para com o outro, pois como Jesus disse “Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vai ao Pai senão por mim” (João 14:6) e se não se pode chegar a Deus sem a vivência do evangelho, também não se pode chegar à vivência do evangelho sem a caridade para com o próximo.

Necessário se faz então que o Cristão, o Espírita vença essa barreira da inércia que o mantém espiritualmente paralisado e consiga chegar ao outro, ao próximo, que faça a diferença na vida de alguém e se torne assim o sal que tempera a terra e a luz que ilumina as trevas do mundo vivenciando o evangelho que Jesus nos legou a mais de dois mil anos e que até hoje tão pouco conhecemos e menos ainda vivenciamos. Hoje o martírio não mais ocorre nos circos da tirania romana, mas na censura e no desencorajamento de uma sociedade materialista e desumana e nos corações congelados pelo orgulho e o egoísmo que vêem em Deus apenas um fornecedor de bens temporais que olha apenas pelos que o adoram de tal modo em detrimento dos que o adoram de tal outro. O Espírita que conhece melhor que ninguém a Justiça Divina, que a ninguém desampara, sabe da necessidade de vivermos o evangelho em cada ato de nossa vida, sabe que a caridade deve ser sempre a nossa regra de conduta e sabe que depende de nós tornar o mundo um lugar melhor começando dentro de nós e espalhando ao nosso redor como sal da terra e luz do mundo.

Que Jesus abençoe a todos nós e que possa nos inspirar sempre a agirmos conforme a Boa Nova que ele nos trouxe, assim seja!